RESUMO
A pandemia de COVID-19 alterou a rotina de cuidados para pesso-as com deficiência provocando até mesmo a interrupção dos mes-mos. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto dessa pandemia na vida dos pacientes com deficiência atendidos no Programa de Assistência Integral ao Paciente Especial do UNISAGRADO (PAI-PE) com relação aos cuidados pessoais e atenção à saúde geral e mental. Dos 131 pacientes atendidos em 2019, foi possível o contato telefônico com 60 responsáveis pelos pacientes que foram convida-dos a responder a um formulário online, o qual obteve 51 respostas. O questionário analisou a caracterização do tipo de deficiência e do cuidador; os métodos de prevenção da COVID-19; a presença de comorbidades/uso de medicamentos; o acesso/disponibilidade aos serviços para o atendimento; e a alteração no humor do pacien-te. Os resultados mostraram que houve prevalência de deficiências mentais, 88% não apresentou COVID-19 ou conviveu com alguém com diagnóstico positivo, porém 90% não realizaram testes. Dos pacientes, 100% é dependente de ajuda (autocuidados) e 98% são auxiliados por residentes na mesma casa; 80% fazem uso de me-dicamentos de rotina e 19% não necessitam de terapias de apoio. Apenas 29% tiveram os serviços mantidos e 84% relataram que necessitaram de tratamento odontológico e que não conseguiram (71%) ou só conseguiram o atendimento de urgência (13%). Além disso, 57% responderam que adquiriram conhecimentos sobre a COVID-19 pela mídia e 39% que não apresentaram alterações de humor. Concluiu-se que a pandemia pelo SARS-CoV-2 impactou negativamente a qualidade de vida das pessoas com deficiência au-mentando ainda mais a sua condição de vulnerabilidade.
The COVID-19 pandemic has altered people with disabilities' care routine, even causing its interruption. This study aimed to evaluate the impact of this pandemic on the lives of patients with disabilities treated in the UNISAGRADO Comprehensive Patient Assistance Program (PAIPE) regarding personal care and general and mental health care. Of the 131 patients treated in 2019, telephone contact occurred with 60 people, responsible for the patients invited to answer an online form, which had 51 responses. The questionnaire analyzed the characterization of the type of disability and the caregiver; COVID-19 prevention methods; the presence of comorbidities/medication use; access/availability of services for care; and change in their mood. The results showed a prevalence of mental disabilities; 88% did not have COVID or lived with someone with a positive diagnosis, but 90% did not undergo tests. Among these patients, 100% are dependent on help (self-care), 98% are assisted by residents of the same household, 80% use routine medications, 19% do not need supportive therapies, and only 29% had their services maintained. Of the 84% that reported they needed dental treatment, 71% did not get it, and 13% got urgent care. Also, 57% replied that they acquired knowledge about COVID-19 through the media and 39% did not present mood changes. The study concluded that the SARS-CoV-2 pandemic had a negative impact on the quality of life of people with disabilities, further increasing their condition of vulnerability.